segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Enfim a Liberdade




Depois do almoço, já descansado, tratei de consertar os erros contidos nas páginas do site. Estava promovendo o envio das mesmas para o servidor quando a Micro Bolha apareceu por cima dos monitores, Era Theu.
 - Cmte. Hoje é um dia especial, pois a Viva Voz foi instalada com sucesso assim como o Conversor Unidimensional para contatos com as dimensões da Anti Matéria e Semi Matéria. Isto significa dizer que agora poderá conversar com os tripulantes e os Cmtes da nave e Artentius no Planeta Alphan mais este contato dependerá de acertos com outras civilizações no Cosmo.
- Mais por que com a Imatéria não haverá contatos?
- Muito simples Cmte, com a Imatéria e os Planos Divinos tão cedo os terráqueos não terão estes privilégios. “Eles terão que se contentar apenas com as captações mentais de possíveis ‘sugestões insinuantes sobre o desenvolvimento coletivo” oriundas das Altas Hierarquias.
- Todos estão aptos para executar estas tarefas?
- Não Cmte. E o numero dos aptos atualmente é muito pequeno. Mais são pessoas de coração e mentes altamente independentes e mesmo cerceadas não se abaterão em seus objetivos e propósitos e de alguma forma ou outra, muitas pessoas se espelharão em seu modo de agir e de ser o que provocará uma reviravolta no contexto social onde estiverem inseridos. Serão como pirilampos na noite trevosa em que vive esta Humanidade.
- Que bom que assim seja Theu.
- Claro que será assim, pois todo este Quadrante Estelar está atento aos acontecimentos aqui na Terra.  Cmte o Cmte Berhu está ansioso para inaugurar a Viva Voz. Vou efetivar o contato.
-****Salve Cmte. Jotha que alegria estabelecermos o contato entre as nossas Dimensões. Receba os cumprimentos sinceros dos Polaris e o meu pessoalmente.
- Salve Cmte. Berhu. Estou muito feliz com este acontecimento e em saber que nós terráqueos apesar de tudo, temos amigos. Mais estou curioso sobre um aspecto; sua Civilização é terráquea?
-****Cmte. Jotha existe outras Civilizações e em outras dimensões na Terra mais nem todas são terráqueas como é o nosso caso. Nós somos oriundos de uma pequena estrela na Constelação de Órion. Ela já foi um planeta e quando nossa Civilização atingiu os ápices do desenvolvimento em todos os sentidos, ele explodiu se transformando em uma pequena estrela onde nosso povo vive na Semi Matéria. Esta situação foi um prêmio para o nosso planeta e para nós. Quando vocês atingirem o desenvolvimento total que vai desde a Ética ao Progresso Material, a Terra se transformara numa estrela e vocês, seus habitantes serão resgatados para viverem em um novo estágio de vida na divina caminhada pela estrada Cósmica isto é os que merecerem. Mais sempre se lutará para o resgate de Todos.Estamos aqui desde os dias do dilúvio, pois é nossa competência guia-los quando vocês estiverem no estágio de serem Semi Materiais****.
- Me responda uma pergunta Cmte. Um gigantesco OVNI segundo nossos especialistas no assunto foi avistado na Antártida há alguns anos não era uma nave de vosso povo?
-****Realmente é uma nave nossa. Ela foi trazida para cá devido a situação de sua Humanidade em crises. Em caso de um possível desastre na Terra antes, nós iremos embora o que lamentaríamos muito. O grau de perigo na Terra considerando uma escala de 0 a 10 está no grau 5.5. quando chegar ao grau 7.0 teremos que partir****
- E o que você acha que poderíamos fazer?
-****Continuar a luta e o trabalho de formiguinha que está sendo feito, pois nos Impérios de Satã a crise já está de ronda e provoca danos. Em meio aos seus cacos e destroços, porém, está emergindo uma nova Civilização mais moderna e mais humana; a Remida Atlântida onde o Éden deste mundo já foi instalado. Você não percebeu ainda onde fica esta Nação e berço dos Novos Tempos?****
- Claro que sim Cmte Berhu. Eu sei onde ela fica. Pena que não viverei para ver o seu deslanche.
-****Quem sabe Cmte Jotha. Quem saberá?****
- Bem Cmte Berhu vamos tratar de nossa tarefa que está em primeiro lugar na pauta. A retirada dos equipamentos dos Golfinhos.
-**** Como estava de sobreaviso sobre esta tarefa, nossa nave está no oceano monitorando a Bolha onde eles ficarão até o momento da retirada dos equipamentos. Só dependemos de sua chegada ao ponto de encontro****
-Amanhã isto será providenciado e tudo pronto faremos contato.
****Certo Cmte. Mais alguma coisa?****
- Não Cmte Berhu.
-****Uma boa tarde. ****.
Assim que o Cmte. Berhu se despediu Theu fez seus costumeiros comentários. Caramba Cmte. A coisa funcionou mesmo mais devo alerta-lo que o Cmte. Scalus já providenciou uma equipe que vai monitorar as transmissões para evitar qualquer interferência de terráqueos. Por enquanto os membros do Conselho Molecular não terão acesso a este tipo de transmissão. Mais alguma coisa a tratar Cmte?
- Não Theu. Pode ir.
- Após seu contato com Carlinhos amanhã voltaremos a falar. Até amanhã e desligo.
Como estava sozinho e a Mãe estava no portão, resolvi dar uma arrumada na sala que por mais que lute, está sempre desarrumada devido ao constante trabalho e quando terminei sentei e fui tratar de confeccionar postagens para as Redes Sociais.No dia seguinte me dediquei a organizar minha lista de tarefas pendentes e as que se apresentam como trabalhos futuros. Somente depois do almoço é que trabalhei em digitação e cálculos até as quatro da tarde quando então após um refrescante banho no chuveiro do poço, resolvi ir ao encontro de Carlinhos. Já estava de saída quando a Micro Bolha apareceu. Era Dhoren.
- Cmte, nós estamos monitorando o encontro. Não se apresse, vá até a praia de bike e fique por lá até nós darmos o sinal de positivo para ir ao encontro de Carlinhos. Não podemos falhar por isso modificamos todo o esquema de contatos. Mediante isto, peguei a bike e me dirigi para a praia por outras ruas para que não me encontrasse com nenhum dos amigos do Carlinhos. Pedalava tranquilamente quando alguém falou ao meu ouvido:
-Pensou e agiu bem Cmte. Vemos que o Cmte. Está afinado com a tarefa.
Era Theu e Dhoren que da Micro Bolha faziam um sinal de positivo.
A praia está em obras e de um píer construído que nunca serviu para nada fiquei apreciando o trabalho de recolocação de areia trazida por caminhões e velhas balsas. Fiquei imaginando a obra pronta, a praia recuperada e muita gente para lá e para cá desfrutando o sol, o mar e a paisagem. De repente o meu Eu fez uma analogia entre a obra da praia aprovada e desfrutada por todos e o meu trabalho; a Ciência Oaieme, o site e o blog. Será que as pessoas estão aprovando e desfrutando ou não o meu trabalho? Conjeturava sobre, quando a voz de Theu interrompeu meus raciocínios:
- Com licença Cmte. Escutamos seus pensamentos e resolvemos lhe explicar alguma coisa sobre o assunto ou suas dúvidas. O Cmte. não está dando importância as estatísticas sobre internautas que estão visitando seu site e o blog. Mais nós estamos dando importância a elas e temos um relatório interessante a respeito e ele é muito simples. Há internautas que visitam esporadicamente o site e o blog, há internautas que visitam periodicamente na expectativa de novas postagens e há os que acompanham o trabalho com seriedade. Se o Cmte catalogasse através dos contadores de visitas instalados a origem dos internautas visitantes, iria descobrir que muitas e remotas cidades daqui e até do exterior aparecem regularmente no mapa do Contador de Visitas. Ou tais internautas apreciam a leitura do que escreve ou estão pesquisando através do Aieme.
- Há algum tempo atrás, comecei a catalogar as cidades e os poucos países que apareciam como endereço dos internautas mais achei que não era tão necessário e parei. Mais durante este período aconteceu três fatos esquisitos: um dia ao verificar o Contador ele indicava que havia dois visitantes, um no Brasil e outro nos Estados Unidos. Só que quando cliquei para saber o endereço do internauta ianque, apareceu a mensagem “unknown” ( lugar desconhecido). Em outro dia aconteceu a mesma coisa só que era no Brasil e os internautas eram três e a mensagem sobre os IPs de referência era “unknown”. O que achei estranho é que um deles mudava de posição no mapa entre as Lon:- 61.8 Lat:- 10.2, Lon:- 55.8 Lat:- 6.6 e Lon:- 52.8 Lat:- 13.2. Nesta área triangular existe muitas aldeias indígenas e a Serra do Roncador. O curioso é que um sinal verde indica o lugar onde está o internauta usando o Contador de visitas e um sinal vermelho indica o lugar de origem do visitante.  Só que um outro dia além de mim este “unknown” no interior do Brasil era identificado com o sinal verde também.
- Se prepare para surpresas. Conte elas ao Cmte. Dhoren.
- Bem Cmte. O que lhe chamou a atenção é de que o “unknown” se deslocava entre as Longitudes velozmente e às vezes voltava para o mesmo lugar. O Cmte. não quis levar em consideração o fato mesmo sabendo ser o possível internauta uma Nave .E era mesmo uma Nave Inter Galática em visita a Amazônia. Eles induziram algumas aldeias a visitar o site e o blog usando e emitindo ondas mentais mento psíquicas telexiônicas. Ao retransmitir seu trabalho para seu planeta de origem o Contador de visitas os identificou como emissores. Se conscientize de uma coisa Cmte, tem mais índio lendo seu trabalho do que homem branco e no Sexto Plano de Aprimoramento a anos e anos luz tem gente torcendo pela  Ciência Aieme. Isto não é notável?
- Caramba eu não sei nem o que dizer.
- Deixe as emoções para depois Cmte. Está na hora do encontro e vai ser naquele bar onde aquelas mulheres damas ficam bebericando. Vá pedalando devagar pelo outro lado da avenida. A avenida em questão tem duas pistas largas, existe um canal entre elas e as calçadas são bastantes largas. O bar e local do encontro distam três quadras da praia e de longe já podia ver o grupo, alguns sentados e outros de pé na área da calçada do bar onde uma enorme churrasqueira estava sendo acesa. Notei que o grupo discutia e o Carlinhos de dedo em riste apontava para o Isaias e o João Lambão enquanto o Osvaldo e outros que não conheço procuravam acalma-lo. Continuei pedalando e já me distanciava quando aos gritos o Carlinhos me chamava. Voltei atravessei a pista e parei próximo a churrasqueira para atendê-lo. Todos estavam calados mais na cumplicidade de seus olhares percebia-se a expectativa da gozação.
- Fala Carlinhos o que é que manda? Indaguei.
- Topa pescar amanhã comigo? Você não precisa levar nada. A comida e a cerveja são por minha conta.
 - Mais Carlinhos eu não sei pescar. Aliás, nunca fui devoto deste esporte.
- Você não precisa pescar. Só preciso que me sirva de companhia. Então?Vai ou não vai?
- Bem Carlinhos eu tenho que arrumar alguém para ficar com a Mãe e terei que pagar a pessoa por isto.
- Não tem problema, eu falo com minha amiga Jéssica e pago a ela. Ela é paciente com crianças e idosos. Então, vai comigo amanhã?
-Neste caso vou.
 - Então esteja lá em casa às sete mais se puder venha mais cedo. Vou agora mesmo tratar com a Jéssica.
 - Dizendo isto entrou no carro e partiu cantando os peneus.
   A gozação foi geral. Bebi um copo de cerveja e me despedi da turma sem não antes ouvir do João Lambão a advertência de que não valeria comprar peixe para comprovar a pescaria, mais que eles pagariam três cervejas para cada quilo de pescado. Quando cheguei a casa tratei logo de contar a Mãe que iria pescar com Carlinhos no dia seguinte e a Jéssica viria lhe fazer companhia. Pensei que ela não aprovasse a idéia mais ao saber que teria uma pessoa a seu lado e ainda mais uma moça com quem poderia conversar assuntos pertinentes as mulheres, concordou.
Tratei de arrumar as ferramentas na mochila e fui cuidar de outras tarefas pendentes. As nove horas Carlinhos chegou com Jéssica e ela e a Mãe logo se entenderam e foram ver televisão enquanto Carlinhos me explicava coisas sobre pescarias. Depois que ele se foi fui providenciar a acomodação de cama para Jéssica. Mais ela preferiu dormir em uma rede no róprio quarto da Mãe. Providenciei um lanche para elas e fui deitar e logo adormeci. 
Acordei as cinco, me apetrechei e preparei o café para a Mãe e Jéssica e fui até o quarto. Jéssica dormia a sono  solto mais a Mãe acordou quando entrei. Falei que o café estava pronto na cozinha e que já estava indo.
- Pode ir filho. Pode deixar que explico as coisas a moça.
Com o costumeiro Vá com Deus e Nossa Senhora te acompanhe me abençoou. Dei um beijo em sua testa e dizendo Assim seja me despedi. Peguei a bike e me dirigi para a casa de Carlinhos. 
Em chegando lá fiquei surpreso, pois o carro já estava na rua com a lancha no reboque. Ao me ver exclamou de satisfação:
- Mandou bem garoto! Chegou cedo. Vamos tomar um gole de café e meter o pé na estrada.
- Entrei, coloquei a bike na garage e a um sinal seu levei a mochila para o carro.
Pensei que iríamos para alguma praia distante mais foi na própria praia do bairro que se lançou a lancha ao mar com ajuda de pescadores conhecidos. Não levou nem quarenta minutos e chegamos ao destino pretendido por Carlinhos; uma pequena praia na Ilha de Jaguanun. Ficamos a uns duzentos metros da praia e Carlinhos em silencio arrumou os molinetes iscados em suas posições nas laterais da lancha e falou:
- Agora é só esperar que algum peixe morda as iscas.
Retirou duas latas de cerveja do isopor, atirou uma para mim, ligou o radio e se ajeitou cruzando as pernas numa espécie de alcochoado. Conjeturava o que iria fazer, quando a Micro Bolha apareceu a minha frente.
- Cmte ele já está em estado letárgico. Arrume as ferramentas ao lado do motor, depois vá até a Terra do Sem Começo e sem Fim e traga os Golfinhos. Enquanto isto o Cmte Berhu colocará a lancha dentro da bolha. Quando chegarem já aparecerão dentro dela. Imediatamente dei a ordem e senha e me vi a beira do lago na Terra do Sem Começo e Sem Fim. Fiquei admirado, pois não havia ninguém. Estava imaginando onde as crianças poderiam estar quando fui jogado inesperadamente para dentro do lago e ao abri os olhos vi que estava cercado pelos golfinhos e por alguns garotos brincalhões que me faziam cócegas.
- Até que enfim apareceu, falou o Menino Prateado.
- Ele não dá muita importância a nós, choramingou uma meninota escurinha.
- Ora nós sabemos que anda muito ocupado, explicou Pyreu.
- Gente estou muito ocupado e os golfinhos devem ir embora. Eles não podem ficar aqui o tempo todo. A insatisfação foi geral mais os consolei explicando:
- Eles não virão mais aqui mais vocês poderão ir até eles onde estiverem e quando quiserem.
A resposta foi uma terrível algazarra.
- Nós vamos embora e assim que tudo se acalmar eu voltarei.
- Se você nos abandonar vamos te perturbar no sono.
Imediatamente dei a ordem, a senha e aparecemos dentro da Micro Bolha.
- Não há tempo a perder Cmte. Prepare os sacos, as ferramentas e deite neste banco. Um a um os golfinhos encostarão na lancha para a retirada dos equipamentos.
Coloquei os sacos de um lado do banco e as ferramentas no outro, deitei de maneira que meu tórax ficasse um pouco para fora da lancha para começar o trabalho de retirada dos equipamentos. O primeiro a ser atendido foi Pyreu que deu guinchos de satisfação quando se viu livre dos incômodos acessórios. Ele mesmo muito ajudou na retirada dos equipamentos e em menos de uma hora tudo já estava terminado e os materiais ensacados. Conforme instrução de Theu em cada saco coloquei uma alça para que os  golfinhos pudessem carregar tão perigosa carga.
- Cmte os procedimentos agora são estes: cinco golfinhos vão permanecer na bolha e cada um levará um saco. Depois que eles partirem os outros golfinhos tratarão de arrumar peixes que o Cmte tratará de colocar nas urnas da lancha. Os golfinhos levarão mais ou menos umas quatro horas para irem ao local onde se livrarão dos sacos e sair da bolha. Quando chegarem aqui de volta naturalmente estarão livres. Só depois que partirem acordaremos o Carlinhos. 
- Mais como explicar a ele tanto peixe pescado?
- É muito simples Cmte: Um dos golfinhos trará um peixe que será colocado no anzol de um dos caniços. Depois que os golfinhos se afastarem e estiverem longe, o Cmte pode pegar as mãos do Carlinhos e aplica-la no molinete. Imediatamente ele acordará devido as sacudidelas do peixe. Para ele foram vocês mesmo que pescaram, do ocorrido no barco enquanto estava em letargia, como nada presenciou, de nada se lembrará. Como não há mais nada a fazer e a tarde está fresca, deite e durma, pois só acordará quando eles voltarem. Nós vamos permanecer aqui monitorando a lancha e evitando qualquer aproximação de estranhos. Até logo.
Muito rápido adormeci embalado pelo frescor da tarde e o balouçar da lancha. E só fui acordar por sentir respingos de água no meu rosto. Era Pyreu o golfinho Líder e mais ou menos eram umas quatro horas da tarde.
- Alô Cmte Jotha temos que nos despedir e agradecer tudo que fizeram por nós.
- Ora Pyreu mais que bobagem não deu tudo certo?Isto é que importa. 
- Nós vamos viver nas costas do Brasil e vamos tentar um contato com nossos Irmãos Rotadores em Fernando de Noronha. Se eles nos aceitarem iremos viver junto com eles. Mais esteja certo de uma coisa Cmte Jotha, em todo verão nós voltaremos aqui na Baia de Sepetiba para nos encontrarmos. Nosso grupo já decidiu; mesmo que um dia o Cmte morra, todos os anos voltaremos aqui.
-Pôxa Pyreu é muito emocionante isto.
Lágrimas saltaram de meus olhos e os golfinhos numa atitude uníssona emitiram alegres estalidos. Dando corcovos o grupo se afastou e quando já estavam sumindo na direção do mar coloquei as mãos de Carlinhos no molinete e ele deu um salto e gritou:
- Peguei mais um JB e deve ser grande, pois é pesado. Mais sinto que está cansado 
 Carlinhos sorria de satisfação, era uma enorme pescada amarela mais quando o peixe estava quase perto do barco algo o enlaçou e os solavancos fez a lancha balançar.
- É uma enorme Lula JB. Segure o molinete enquanto monto o arpão, prenda a linha e afrouxe repetidamente senão ela vai arrebentar a linha e aí vai embora com o peixe.
Fiz o que ele mandou com ritmo mais sentia que não poderia agüentar por muito tempo. Foi um alivio quando ele disparou o arpão que atravessou o corpo do estranho ser. Imediatamente ele amarrou a corda do arpão em uma peça metálica da borda da lancha. A Lula mantinha o peixe sobre seu domínio enquanto se debatia para se livrar do arpão. Com muito esforço a arrastamos e a fixamos encostada a lancha mais não tínhamos condições de colocá-la a bordo. Mediante isto, Carlinhos pegou a âncora e com certeiro golpe cravou-a na Lula que expelia sua tintura arroxeada.
- Ela deve pesar uns cinqüenta quilos e nunca vi ou soube da existência de Lulas deste tamanho aqui na Baia de Sepetiba. Ela vai demorar a morrer e não podemos navegar com ela viva senão vai entrar água na lancha. Temos que ficar do lado de cá para manter a lancha em equilíbrio e devagarzinho, remando, vamos para a praia.
Quando começamos a remar apareceram duas traineiras ao largo e começamos a gritar e a fazer sinais mais elas não deram nenhum sinal de que nos atenderiam ai Carlinhos começou a usar a buzina da lancha e só depois de algum tempo as traineiras pararam e uma se deslocou em nossa direção. Quando ela se aproximou um senhor sisudo indagou;
- Estão enguiçados companheiros?
- Não companheiro. O caso é que fisgamos uma Lula gigante e não temos condições de colocar na lancha. Respondeu Carlinhos.
Como a Lula em estertores provocava movimento na água, o velho pescador fez um sinal e a traineira se aproximou mais da lancha.
- Caramba! Deste tamanho nunca vi. Pessoal ela ainda está viva, vamos ter de jogar redes por cima dela para arrastá-la para dentro da traineira. Ô meu compadre qual vai ser a nossa parada?
- Muito simples irmão; meio a meio deixando ela na Praia de D.Luiza.
- Feito. Se mexam gentalha, pois já está escurecendo.
Rapidamente os homens envolveram a Lula em redes e a içaram para a traineira.
- Olha aí mano como vocês estão de lancha, vão na frente e providenciem com o pessoal da praia compensados para podermos destrinchar ela ainda hoje. Êta farra boa que vai ser esta noite!
Partimos velozmente e quando já estávamos a uma distância considerável Carlinhos comentou.
- JB eu mesmo não estou acreditando no que está acontecendo; peixes à vontade e ainda mais esta Lula, é demais para a minha cabeça.
Dizendo isto abriu um compartimento e ligou o celular
- Alô Isaias, junte a turma e vá me esperar na praia de D. Luiza dentro de meia hora chegaremos com os peixes. E tem peixe para todos.
Carlinhos sorria de satisfação e falou:
-Por acaso estão todos na esquina e vão vir para a praia.
.  Quando chegamos à praia já era noite, a turma estava lá e tinha vindo gente que eu nem conhecia. Assim que encostamos na rampa todos vieram ajudar e em poucos momentos a lancha já estava no reboque. João Lambão o mais afoito foi logo abrindo as urnas e exclamou:
- Ah não! Não estou acreditando nisto; xaréus, piraunas pescadas amarelas. Estes caras compraram foi os peixes em algum lugar.
Osvaldo, no entanto saiu em defesa de Carlinhos.
- Pela aparência dos peixes pode-se ver que estão frescos. Você não está vendo que nem lavados foram?
Enquanto a turma ponderava sobre a nossa pesca e João Lambão alegava que não ia pagar as cervejas sozinho, Carlinhos se afastou e foi conversar com uns pescadores. Quando voltou foi logo dizendo muito seguro de si:
- Estes peixes que nós pescamos não é nada. Surpresa vocês verão daqui a pouco.
Mal acabou de falar as traineiras apareceram ao largo buzinando. Aos gritos Carlinhos era só alegria e satisfação. A movimentação dos pescadores trazendo panelões, tabuleiros, uma enorme churrasqueira e dois enormes compensados provocaram a curiosidade da turma e dos traseuntes que passeavam pela orla.
- Mais o que é que está acontecendo? Indagou Isaias aos pescadores.
- Nada podemos dizer moço, fique, participe mais para participar o preço é uma cerveja.
A traineira se aproximou o mais que pode e os tripulantes trataram de trazer a preciosa carga. Com água pela cintura e carregando a Lula eles cantavam em coro:
- Cerveja e pinga que esquenta
Quem quiser pode chegar.
Só não abuse da pimenta
E do tempero da Iaiá.
A Lula foi esticada nos compensados para admiração de todos e Osvaldo indagou:
- Foram vocês que pegaram esta Lula?
E o Sisudo Pescador respondeu.
- Não moço. Foram aqueles dois. Coube-nos a nós apenas o transporte.
Sentado em um banco, pois me sentia cansado, dali apreciava a alegria geral que parecia uma espécie de confraternização comunitária. Todos queriam tirar fotos do evento com seus celulares e de vez em quando a turma me chamava para isso. Como tudo já estava mais calmo apesar de tanta gente deitei-me no banco e ao fitar céu a Micro Bolha apareceu. Era o Theu e o Dhoren.
- O povão é bom, amigo e festivo Só falta os Mandatários entenderem isso. Divirta-se Cmte. Inté.
   **** .

**** O olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga pois no Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No entanto Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e o enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.

**** Eu vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me viste.
**** Um abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.
**** Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão

**** Fim.