O
interesse pelos mistérios da Pedra da Gávea, por civilizações
ancestres, ufologia, esoterismo e arqueologia e até arqueologia
submarina fez com que descobríssemos uma incrível coincidência; em
março de 1972 assumi a assessoria de cultura e pesquisa de campo da
Abepa e em fevereiro ele havia deixado o cargo por não aceitar
imposições um tanto inconsequentes de seu diretor.
Conheci
At em Sepetiba quando ainda militava no Movimento Comunitário. Viera
me procurar, pois queria me colocar em contato com uma amigo seu,
engenheiro, representante de uma das empresas concorrentes para
efetuar as obras dos primeiros brizolões. Educado e de conversa além
da convencional, pois estava o par de várias gamas do conhecimento,
para nós foi fácil encetarmos uma amizade.
Vários
fatos de características inusitadas e transcendentais envolveram a
nossa amizade. O primeiro foi quando comecei a organizar e trabalhar
em tempo integral no Tecno
Teste, a Ciência Oaieme Aieme. Participava a anos de uma
instituição milenar de esoterismo e dela recebi uma carta cujo teor
me indagava sobre o que eu estava fazendo. Que “história e
estórias são essas” era o teor da pergunta. A carta me intimava a
entrar em contato imediato com a organização através de um
telefone específico para prestar esclarecimentos. Fiquei fulo de
raiva e como At fora ou ainda era membro atuante, fui até a sua casa
e mostrei - lhe a carta e ele com o olhar sério perguntou o que eu
pretendia fazer. Disse-lhe que mediante o fato e outros em que eu
questionei por carta expressa superiores, iria imediatamente me
desligar da entidade e queimar tudo em minha casa e atelier que se
relacionasse com ela.
-
É sua ultima palavra? Indagou.
-
Em relação ao fato é e se você me permite ligarei daqui mesmo.
-
Use o telefone, vou gravar a conversa. Falou ele enquanto abria uma
gaveta e preparava um gravador.
Instalado
o esquema de gravação, liguei. Do outro lado alguém que parecia
aguardar a minha ligação atendeu.
-
Olá XXXX João Batista. Um bom dia. O que nos tem a dizer ou
explicar?
-
Nada. A não ser informar que a partir desta data não pertenço mais
aos quadros desta instituição.
-
Mesmo que você morra nunca deixará de ser um de nós.
-
Vou pagar para ver, redarguí. Discutimos mais um pouco e desliguei o
telefone
Conversei
com At mais um pouco e fui embora. No atelier, queimei tudo que
pertencia ou se relacionasse com a instituição. Só guardei a carta
e a carteira de identificação para comprovação do fato.
Algum
tempo depois, na Feirarte de Ipanema um cidadão alto, branco de
feições nórdicas estava em frente ao meu painel e observava
atentamente meus quadros. Aproximei-me e percebi que ele ostentava um
grande anel de ouro ornado com os símbolos da instituição. O anel
demonstrava a sua posição na instituição e no contexto da
sociedade. Fitamo-nos por um momento. Nada falamos, nada dissemos.
Foi como se um cão e um gato se esbarrassem numa esquina e como é
obvio se entranhassem. Olhei para seu anel insinuando coisas e olhei
duro para seus olhos e ele me olhou duro também e seus olhos
pareciam faiscarem na tentativa de me intimidar. De repente deu um
olhar de escárnio e zombaria virou as costas e se foi. Não senti
medo, apenas tive a certeza que todos estavam do lado de cá do rio
da vida e eu, do outro lado, sozinho, terrivelmente só.
O
interessante deste texto total é que quando digitava o trecho “
identificação para comprovação do fato”, a luz deu uma queda e
tive que refazer todo o texto, exatamente hoje, quarta feira, 21 de
julho de 2010 as 09:43.
No
começo dos trabalhos com a Ciência Aieme, a cada resultado novo,
tentava explicar a outras pessoas o que estava acontecendo,
invariavelmente ficava falando sozinho. Por isso nunca mais contei
nada ou falei sobre o trabalho com qualquer pessoa. Apenas At quando
o visitava se inteirava dos progressos da obra, fazia seus
comentários sempre me alertando sobre as dificuldades que
enfrentaria.
O
segundo acontecimento foi quando atendendo a um telefonema de At fui
à sua casa.
Em
chegando lá o encontrei arrumando suas coleções de livros e
revistas em suas novas prateleiras.
-
Afinal encontrou a solução final para o espaço? Indaguei.
-
Claro. Agora vou ter tudo organizado. Tenho algo a te mostrar por
isso telefonei. Você terá que voltar logo mais a noite, lá pelas
09:00 Ok? Veja ali na área de serviço, acabei de montar o
telescópio ontem.
Fui
à área de serviço e lá estava materializado um de seus sonhos, um
enorme telescópio de uns 2 metros elaborado com um enorme cano de
esgoto de 150mm cheio de esquisitos acessórios.
-
Caramba! Está lindão, comentei.
-
Hoje, a noite será excelente e favorável, você não pode perder.
-
Claro que não respondi e voltamos para a saleta um misto de atelier,
oficina, biblioteca e recinto de orações.
Continuamos
a conversar enquanto ele arrumava tudo. Distraidamente manuseava
livros quando em cima de uma cadeira divisei três grossos volumes de
capa dura. Ao pegar um deles ele explicou:
-
São navios do século XVIII e XIX. Belos você não acha? Seus nomes
estão embaixo das estampas.
-
Sim. Sim respondi enquanto folheava um deles.
-
Poxa. São navios de todos os tipos e procedências. Escuta aqui At,
eu procurei no índice mais não achei nenhum com o nome de Thetis.
Será que existiu algum navio com esse nome?
Levei
um tremendo susto; At vinha com uma pilha de livros que apanhara no
corredor e os deixara cair. Estava pálido, de olhos esbugalhados e
parados ali na minha frente.
-
O que houve At? Indaguei.
-
Repita o nome do navio. Exigiu ele.
-
Tethis At. Thetis.
-
Onde você achou esse nome? At olhava-me sério e estava um pouco
nervoso
-
Em lugar nenhum At. Simplesmente eu estava pesquisando uma variante
de cálculos da Ciência Oaieme a nível progressivo e para isso
escolhi como tema D. Pedro II. Como esse tipo de calculo é
complicado e trabalhoso não mais os fiz, pois tenho que publicar os
que já estão elaborados.
-
Se você não sabe o resultado de cor vá buscar para me ver e lê.
Peguei
sua bicicleta e célere fui até ao atelier e lhe trouxe uma cópia
do laudo feito. Ele pegou a cópia, leu sôfrego e exclamou.
-
Ratos. Os documentos comprobatórios disso e da divida inglesa foram
incinerados. João seu lado está certo o navio naufragou depois de
Cabo Frio e os ingleses fizeram tudo para resgatar alguma coisa.
Trouxeram até mergulhadores polinésios e navajos mais em vão. O
mar escondeu tudo. Atualmente, que eu saiba só três pessoas sabem
disso, os dois velhos marinheiros que me contaram a história se
estiverem vivos e eu. Quanto ao nome do navio pode ser que haja
alguma diferença, talvez na quadratura você encontre outro nome de
uma Musa marinha. Aliás, João, você pretende continuar com as
pesquisas da Ciência Oaieme?
-
Sim. Por isso deixei até de pintar. Irei até o fim mesmo que meus
últimos dias sejam de cuia mão.
-
Escute o que lhe digo: Se você continuar vai se deparar com
obstáculos quase intransponíveis, mais se ultrapassados lhe trarão
pelo menos a glória da realização. Por outro lado, se você
desistir sua velhice será coroada pela magoa e a revolta de não ter
acreditado em você mesmo. É pegar ou largar companheiro, pois eu vi
isso no Tarô.
-
Já peguei e abracei e o Tarô não sabe de tudo, respondi sorrindo.
-
Pode ser, pode ser. Infelizmente não vou ter vida para bater palmas
para você. Minha partida se avizinha João e consciente disto estou.
Seu
olhar era triste mais de resignação.
Ele
sofrera um acidente que se transformou em esquisita doença. Apesar
de ter a aparência saudável, era diabético e não tinha forças
para trabalhar a não ser pequeninos consertos na área da
informática e eletroeletrônica. Como era muito reservado com suas
coisas intimas , nunca perguntei como se acidentara talvez penso eu,
em alguma pesquisa submarina.
-
Já vou indo, falei sorrindo para animá-lo. Mais as 09h00min estarei
de volta
-
Não falte. A noite vai ser linda.
À
noite voltei e fomos observar o céu. Ele me mostrava as
constelações, dizia os nomes e me apontava estrelas enquanto eu me
recriminava por nunca ter dado importância a essa atividade; a
astronomia.
Antes
de tecer considerações sobre o terceiro acontecimento cujos atores
foram At e eu convém dar explicações sobre o texto e seu
personagem central. Eis aí na íntega a sinopse do texto.
Tecno
teste 2° Grau = nível B
Multiplicação-Laudo-
Eu
sou o Santo Saci e reino nos ermos sertões ao Brasil.
Se
você me crê, eu contarei a estória. Se você não me crê, eu calo
e em noite escura verás meu vulto e a bosta e a urina irá melar tua
meia.
Eu
vi as cenas no mar e o relato está ai.
No
ultimo século o Brasil tinha um rei alto, sábio, másculo, e com
muito charme varonil e isto cativou a muitos. Muita senhora rica nas
Cortes em além mar tinham suave anseio ou anelos ao Real Senhor. E a
Real Senhora britânica muito ouvia contar sobre o Brasil e seu
imortal Real Senhor
E
a bela e Real Senhora se motiva...
O
Reino Britânico tinha muitas contas e acertos e a libra não tinha
mais lastro hábil no haver ou nos baús. Um navio bucaneiro e uma
escuna real vinham ao Brasil e ano a ano e muito se levou ao Reino
Britânico em réis, libras, brilhantes, ricas pedras e bens em lotes
em malotes e, baús e tonéis. E só eram abertos no Real Castelo
Britânico. A ralé no navio ou na escuna não violam e não roubam,
não levam as chaves.
A
escuna real tinha branco velame e era muito versátil. No seu velame
e até no alto mastro central se via o Rebus Real em meio a virotes,
venábulos e letras em tons carmins e sob o Rebus Real se lia ou se
via um verso em latim ao Reino Britânico.
Aí
está o ato ou cena e será o ultimo: a escuna e o navio ao voltarem
rumo ao reino Britânico em negra e trevosa noite, violenta maré os
sova.
Eu
vi as cenas e os atos relato;
A
escuna e o navio se rebolam no mar infesto e não se norteiam. E
nívea nuvem em vórtices se volta contra as naus. Na escuna se
reiçam os velames e a escuna aos trancos e a meia nau se vai rumo ao
norte. Mais o navio bucaneiro, sem lastro ao nível, com muita coisa
em baús e tonéis até o convés vira num tranco, emborca e mergulha
no negro mar. Seu nome honra uma Musa e está no tema. Se tens crânio
ou tino adivinhe o resto.
********
Os
laudos da Ciência Oaieme são elaborados em Idioma Brasileiro Livre e
não obedecem as normas da língua portuguesa
Nosso
personagem central ao texto o Saci é vitima de uma impostura
cultural sem precedentes. A divulgação de sua imagem
demonstrando ser ele um negrinho perneta de barrete vermelho na
cabeça e cachimbo na boca é uma ofensa as tradições culturais e
religiosas de nossos brasileiros indígenas bem como uma falta de
respeito a nossa ancestralidade, assim como a nossa inteligência.
Quem inventou o Saci negro foram os jesuítas e o colonizador
português com a intenção de desmoralizar a cultura indígena. Mais
em que base me escoro para me expressar deste modo? Abaixo estão
elas e desminta-as se, ou quem puder.
Não
existem índios negros no Brasil.
Nossas
crianças indígenas não fumam e muito menos fumariam principalmente
as do passado.
O
barrete vermelho na cabeça era um ícone da Revolução Francesa,
costume que os franceses copiaram dos povos Frigios, pois o barrete
vermelho era uma peça especifica das indumentárias de tal povo
O
que me causa espécie é que nem mesmo o Ministério de Educação e
Cultura se pronuncia a respeito desta ofensa cultural, o que me faz
pensar que falta no âmbito da educação e cultura desta Nação
algo que se chama, amor a nossa Brasilidade.
****
**** O
olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga pois no
Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No entanto
Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e o
enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre
serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.
****
**** Eu
vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me viste.
**** Um
abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.
****
Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão
**** Fim.
**** Fim.