sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Faraó

Olá a Todos.
A década de 1990 foi dura. Consciente de minha situação tratei de me adaptar a minha nova vida na solidão. Geralmente escrevia o Dissidente de Alpham à noite e nos finais de semana. Um dos tópicos que mais me empolgou quando estava a escrever, era o retorno da Arca Santa para o Brasil, trazida pelo Rei de Tiro, pois pressentiu o que iria acontecer séculos depois a Cristo. Em 1993 consegui comprar uma máquina de escrever em um brechó e copilei as 300 páginas do livro. Peregrinei batendo na porta de quase todas as editoras no Rio de Janeiro e só tive como resposta um não. Somente uma emitiu um parecer onde seu autor se admirava da minha coragem de querer publicar o que pensava. Não me aborreci com a situação, mais senti e ainda sinto um sentimento profundo de desprezo pelos meios editoriais e jornalísticos que alardeiam e publicam qualquer “lixo” que vem do Primeiro Mundo às suas próprias expensas quando poderiam arriscar um pouco em novos autores brasileiros.
Um dia, resolvi fazer uma faxina no atelier, depois de terminada, coloquei uma pequena escrivaninha embaixo da janela que dava para o quintal e ali arrumei o que poderia precisar para escrever. Não sei por que coloquei o Dissidente de Alphan e Os Deuses Vivem no Inferno encostados na parede e debaixo da janela. Como estava meio cansado e fazia calor fui sentar no sumiê situado na parede oposta nele, onde eu costumavas descansar. 
Muitos coisas e fatos transcendentais acontecem na minha vida e quando vão acontecer eu os pressinto e naquele momento eu estava sentindo que algo importante iria acontecer. Estava sentado e quieto na expectativa quando de repente o ambiente se desestabilizou tudo parecia está boiando no espaço. Procurei ficar o mais calmo possível e atento aos acontecimentos. Depois de alguns momentos de confusão, uma paz profunda inundou o ambiente assim como uma brisa marinha com seu cheiro característico de mar. 
Fiquei admirado por que meu atelier era distante do mar. Depois de algum tempo, entre eu e a escrivaninha uma grande esfera translúcida mais faiscante boiava no ar. Parecia que milhares de vaga lumes haviam se juntado para formá-la. Através dela eu via os dois livros encostados na parede. Uma força oriunda da esfera me obrigava a olhar na direção dos livros e o que estava na frente era Os Deuses Vivem no Inferno. Por não saber o que fazer diante da situação, preferi ficar quieto esperando qualquer desfecho ou orientação. De repente, ao olhar para os nomes dos autores do livro fiquei estupefato: uma força estranha vindo do interior da esfera me obrigava a capturar letras de dentro dos nomes dos autores e esta mensagem foi montada no interior da esfera:
SESOSTRIS,PODEROSO FARAÓ VEIO AO BRASIL ATRAS DE OURO E ESPECIARIAS. EM MEIO A FORTE BORRASCA SUA NAU AFUNDOU NA BAIA DE GUANABARA EM FRENTE À PRAIA DE ICARAI. SEU CORPO ANOS DEPOIS FOI LEVADO PARA TEBAS POR MARUJOS FENICIOS. SUA ESFINGE GRAVADA NA PEDRA DE JURUJUBA OBSERVA IRACUNDA A IBIS NO PÃO DE AÇUCAR. SÓ PODE SER VISTA EM DIA NUBLADO. ESTE MÉTODO TE SERÁ ENSINADO. AGUARDE.

Como existem três faraós com esse nome não consegui aferir qual o que veio ao Brasil. 
Eis os nomes dos autores do livro os Deuses Vivem no Inferno
Aí está o incrível, matemáticamente as palavras do texto estão dentro dos nomes dos autores
JOAQUIM RODRIGUES DOS SANTOS NETTO
FRANCISCO DE PAULA PINTO
JOAO BATISTA DA SILVA
Eu fiquei perplexo e ali sentado por quanto tempo não sei. Quando já estava senhor de meus raciocínios, a esfera começou a esmaecer até se transformar num pequenino ponto fosforescente que depois de algum tempo sumiu.
O que aumentava a minha perplexidade é que muitos anos antes, em 1974 quando estava envolvido na confecção e edição do Os Deuses Vivem no Inferno estranho fato aconteceu. Quando as coisas não iam bem, costumava ir à casa de M. para me consultar com sua cigana Sulamita. Ela era uma mocinha de uns quinze anos que frequentava a escola de artes onde exercia as minhas atividades artísticas. Éramos muito amigos e não existia qualquer vínculo a nível de amor ou sexo. Estava indo de ônibus para sua casa e no aterro do Flamengo o tráfego ficou parado por cerca de vinte minutos. Sentado no interior do ônibus pela janela olhava despreocupado a paisagem quando me chamou a atenção o perfil de um egípcio na Pedra de Jurujuba. Eu já tinha ouvido muitas histórias contadas sobre a Íbis do Pão de Açúcar e sobre a Pedra da Gávea mais nunca ouvi ou soube de alguma coisa a respeito da Pedra de Jurujuba.
M. morava em Marechal Hermes e ao chegar a sua casa já havia muitas jovens e mulheres sentadas na varanda do apartamento para serem atendidas. Quando adentrei a sala para cumprimentar sua mãe e irmãos, a Sulamita falou do quarto:
- Está assustado por que viu o Rei ganjão?
- É. Um pouco. Respondi
Quando chegou a minha vez de ser atendido, depois de conversarmos a respeito do livro e das dificuldades de sua edição ela me explicou que no futuro eu iria saber de quem era a esfinge e o segredo que a Íbis escondia. Só que eu teria que estudar muito uma coisa que iam me ensinar.
O que aconteceu no Aterro do Flamengo e no atelier são os primeiros passos concretos da confecção do Tecno Teste a Ciência Aieme.

**** O olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga pois no Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No entanto Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e o enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.

**** Eu vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me viste.
**** Um abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.
**** Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão


**** Fim.