O
mês de dezembro foi trabalhoso e cansativo. Tentei colocar anúncios
no site mais o Google alegou uma série de deficiências nas páginas.
Tags, metas tags, links e códigos fontes precisavam estar consoante
as normas do SEO. Eu não estava a par disso e por desconhecer os
procedimentos tive de "fuçar" muito na Internet. para
resolver o problema. Trabalhei duro durante dezembro e janeiro até
finalizar
os processos nas 70 páginas do site e isso foi bom porquê
revitalizei e melhorei a aparência de todas. No meu rol de
dificuldades esta foi até fácil de resolver comparadas as que tive
de resolver no passado, o passado do Aieme e paralelamente o meu.
No
passado, em 1990, abandonei o Movimento Comunitário decepcionado com
os políticos, empresários, a sociedade e a classe média da região
notadamente profissionais de educação e funcionários. Contristado,
deixei para trás todas as conquistas sociais das quais nenhum
político participou. Associação, posto de saúde
, 2 Cieps, creche e projetos sociais de amplo espectro,.Reformas de
escolas e obras foram conseguidos através de discussões técnicas
com os gestores públicos e respaldadas pela comprovada carência
social da Comunidade. Se uma pesquisa for realizada sobre as
atividades passadas das Associações de Moradores da Zona Oeste do
Rio de Janeiro, jamais encontrarão em algum documento da Associação
de Moradores de Sepetiba, na minha gestão e porventura existentes
nas mãos da Administração Pública ou particulares, alguma
assinatura de político a não ser de prefeitos, governadores e de
seus assessores imediatos.
Após
deixar o Movimento, na solidão de meu atelier raciocinava no que
faria da minha vida. Estava sem um tostão e sem trabalho, mais não
estava aborrecido. Se por um lado estava triste, por outro estava
feliz. Minhas ideações filosóficas em prol do bem comum o Social,
oriundas dos Idos de 1964, estavam certas pois foi respaldado nelas
que pude realizar tudo que realizei em prol do bem comum.na região.
O amargo porém é que não tinha com quem conversar sobre isso e o
pior; não seria compreendido. Hoje, essas
lembranças são feridas cicatrizadas e ao olhar para elas me sinto
como o audaz guerreiro que orgulhoso olha suas feridas a sangrar
depois de vencer inimigos em feroz batalha. Aquela década foi dura
para mim. A Mãe não me perdoava por ter abandonado as artes
plásticas para me envolver com problemas comunitários.
Acostumada a me ver com dinheiro no bolso e amigos ao meu redor. nada
falava mais seu olhar é até hoje de recriminação e tristeza.
Na
solidão de meu atelier, depois de muito meditar, cheguei a conclusão
que eu tinha quatro opções para levar a bom termo uma nova etapa de
vida.
A
1ª opção seria voltar a expor na Feirarte de Ipanema
A 2ª opção seria pintar e tentar leilões e galerias A 3ª opção seria pintar quadros populares e vender para as lojas especializadas
A 4ª opção seria voltar a minha profissão de origem – a construção civil
A 2ª opção seria pintar e tentar leilões e galerias A 3ª opção seria pintar quadros populares e vender para as lojas especializadas
A 4ª opção seria voltar a minha profissão de origem – a construção civil
A
1ª opção foi descartada porquê eu me ausentei da Feira a revelia
e expor na Feirarte é o sonho de dezenas de artistas plásticos e
artezãos.
A
2ª opção foi descartada porquê a despesa de compras de material
de 1ª linha para confecionar meus quadros estavam além de minhas
possibilidades.
A
3ª opção era viável mais foi descartada, pois se chegasse ao
conhecimento do cerne das artes plásticas
que eu estava pintando quadros "comerciais populares",
praticamente
estaria apagando meu currículo
artístico
construído
a duras penas. Optei então pela 4ª opção a mais humilde porém
segura. Ela não interferiria em minha vida artística
e até poderia respaldar o meu retorno a ela. Com algumas ferramentas
emprestadas, comecei a fazer alguns biscates. Como na região o poder
aquisitivo até hoje é baixo o que conseguia ganhar mal dava para
completar a dispensa. De pintor, escultor e desenhista premiado agora
era nada mais do quê um dos muitos operários humildes a morejar a
vida nas periferias. Mesmo assim a esperança de juntar dinheiro e
comprar telas, tintas e pincéis de 1ª linha não me abandonava.
Trabalhei todo o ano de 1990 mais não consegui juntar um tostão.
Depois de um Natal de desconforto emocional e moral, na solidão do
atelier resolvi dar outro balanço em minha situação. Eu tinha que
recomeçar, mais recomeçar o quê? E como?
Após
muitos raciocínios, cheguei a conclusão que teria que ter paciência
para conseguir o capital necessário para comprar os materiais,
aprender a conviver com a solidãso em todos seus aspectos e ocupar a
mente e a alma em algo que não permitisse que eu me embrutecesse.
Mais eu iria me ocupar em que?
A ideia de uma nova ocupação talvez intelectual me deixou até alegre, mais não tinha idéia do que poderia fazer. Andava para lá e para cá dentro do atelier e já estava ficando aborrecido. Resolvi ir para o quintal e lá, embaixo da frondosa goiabeira algo falou dentro de mim : Escreva, conte a trajetória de sua vida até hoje e não tenha vergonha de falar de seus fracassos. Isto reconfortará sua alma, reforçará a sua mente e o suprirá de energia até você encontrar soluções materiais para suas carências.
A ideia de uma nova ocupação talvez intelectual me deixou até alegre, mais não tinha idéia do que poderia fazer. Andava para lá e para cá dentro do atelier e já estava ficando aborrecido. Resolvi ir para o quintal e lá, embaixo da frondosa goiabeira algo falou dentro de mim : Escreva, conte a trajetória de sua vida até hoje e não tenha vergonha de falar de seus fracassos. Isto reconfortará sua alma, reforçará a sua mente e o suprirá de energia até você encontrar soluções materiais para suas carências.
Os
ecos daquela voz ainda ressoavam no interior de minha cabeça e eu já
estava sentado dentro de um ônibus pois ia em Santa Cruz comprar
canetas e uma resma de papel oficio. Na década de 1970 já tinha
participado da elaboração de um livro de ficção " Os Deuses
Vivem no Inferno" escrito por três autores: Santos Netto, Paula
Pinto e eu. A confecção deste livro foi cercada de fatos incríveis
e contar como ele foi escrito e as coisas aconteceram dava para
confeccionar um outro livro e foi exatamente isto que resolvi fazer.
Nascia naquele momento, O Dissidente de Alphan. No oceano tempestuoso
de dificuldades onde me debatia, escrever um livro seria meu bote
salva-vidas.
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O olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga
pois no Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No
entanto Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e
o enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre
serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.
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Eu vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me
viste.
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Um abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.
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Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão
**** Fim.