Nos
idos dos anos 60 me atrevi a ser garimpeiro por insistência de um
párea que vivia de catar ferro velho e papel no centro da cidade.
Até hoje não sei como nos tornamos amigos. A ilusão da fortuna
fácil e suas histórias mirabolantes levaram um amigo o VV e eu a
nos aventurarmos em algumas pesquisas e tentativas no Espírito Santo
que redundou em incríveis acontecimentos. Mais foi aqui mesmo mo Rio
de Janeiro, que o maior e mais absurdo de todos eles aconteceu.
Até
aquela data, nunca acreditei na existência de Ovnis. Para mim, eles
nada mais eram do que jogadas de propaganda subliminar de americanos
e russos no intuito de manter a Humanidade no medo ou na expectativa
de acontecimentos desastrosos. Esta situação os colocavam a mercê
dos escusos desígnios dessas potências. Não sei precisar o ano
mais talvez tenha ocorrido entre 1967 e 1970. Dois rádios técnicos morreram misteriosamente no Morro do Estado em Niterói e tais mortes nunca
foram esclarecidas. Os relatos da época davam como certo que eles
subiram o morro e nunca de lá desceram como narraram os moradores. O
que a policia encontrou no alto do morro foram apenas duas máscaras
de chumbo os corpos e o capim queimado tinha a forma de um grande circulo. Este
caso foi comentado pela imprensa por muito tempo.
Quando
aconteceu este fato, nós três estávamos nos preparando para ir
mais uma vez catar escórias de pedras preciosas num morro próxima a
represa de Ribeirão das Lages. Íamos lá umas duas ou três vezes
ao mês e sempre trazíamos ametistas, topázios, cristais e uma vez
uma turmalina de razoável valor. Como já tínhamos sido expulsos
pela policia algumas vezes por nos encontrarem cavando próximo a
represa cujas margens são previstas como área de segurança,
trabalhávamos só à noite a luz de lanternas. Naquele dia insólito
já estávamos satisfeitos com o que tínhamos achado e fomos acampar
numa serra que dá para Mangaratiba. A nossa ideia
era não voltar pelo morro do Mazomba para não sermos interceptados,
descansar e no dia seguinte partiríamos ainda céu estrelado para
Mangaratiba. Era já madrugada talvez lá pela meia noite, VV e eu
estávamos deitados em um enorme lajedo e o velho Paulo encostado ao
lajedo. fazia farofa e estava a coar um café tropeiro. Como era uma
noite fria e sem nuvens as estrelas no céu pareciam estar a metros
de nossa mão. Era impressionante a cena.
Deliciava-me com o
espetáculo mais me recriminava pois, nunca me preocupei em saber o
nome de estrelas nem a real localização das constelações. Ao meu
lado, VV cantarolava uma canção da época, “Mangangá da barriga
amarela”. Só que de repente ele parou e isso foi o sinal para eu
perceber o que estava acontecendo. Uma enorme estrela parecia boiar
no céu e pulsava. O velho Paulo deu um muxoxo e espraguejou. De
repente, senti uma terrível fisgada na nuca como se alguém
estivesse me enfiando uma fina agulha. Imediatamente um som explodiu
dentro de minha cabeça e seu eco é como de milhares de sinetas
bimbalhando ao mesmo tempo. Nada falei sobre. Nesse momento, a
estrela ou Óvni partiu rumo ao infinito deixando para trás por
alguns segundos uma esteira alaranjada. Como todos olhavam para o céu
VV falou:
-
Se vocês viram, eu também vi.
-
Isso é coisa do caipora, esbravejou o velho Paulo.
Mediante
o ocorrido, resolvemos comer e partir imediatamente para Mangaratiba
aonde chegamos em cima da hora da partida do trem para o Rio.
Dentro
do trem os três permaneciam calados e meditabundos. Mais de uma
coisa eu tinha certeza: a partir daquela data o bem e o mal
disputariam seu trono dentro de minha cabeça.
****
O olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga
pois no Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No
entanto Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e
o enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre
serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.
********
Eu vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me
viste.****
Um abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.****
Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão
**** Fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente, critique ou dê sugestões